quinta-feira, 20 de julho de 2017

Sonâmbulos e sem filhos marcham felizes rumo à degola

Nenhum dos líderes dos maiores países europeus tem filhos.
Na foto: a alemã Merkel, a britânica May, o francês Macron e o italiano Gentiloni.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs







Nunca houve tantos políticos sem filhos governando a Europa como hoje, registrou Giulio Meotti, editor cultural do jornal italiano “Il Foglio”, reproduzido pelo Gatestone Institute. 

Mas que ninguém os critique, pois será execrado como “fundamentalista” cristão, para o qual não há tolerância nem perdão.

Esses políticos são modernos, de mente aberta, multiculturais, sabem que “tudo termina com eles”, promovem a agenda LGBT e estão conscientizados de que o planeta não pode suportar a maioria de seus atuais habitantes.

Em curto prazo, escreve Meotti, não ter filhos é um alívio, pois significa não gastar dinheiro com a família, não fazer sacrifício, nem ter alguém para queixar-se das consequências futuras, conforme consta em uma pesquisa investigativa financiada pela União Europeia, “sem filhos, sem problemas!”

Se porventura houver problema de consciência – que não pode existir –, consulte um padre, que ele lhe dirá, com a “Amoris laetitia” na mão, que pode-se fazer de tudo, e que a infidelidade conjugal, o pecado e o inferno não existem.

A verdade é que, como ressalta Meotti, “ser mãe ou pai, no entanto, significa que se aposta, de forma legítima, no futuro do país que se governa”.

A Europa vai ficando irreconhecível habitada por outros povos não cristãos
A Europa vai ficando irreconhecível habitada por outros povos não cristãos
Muitos dos líderes mais importantes da Europa, porém, não têm filhos: a chanceler alemã Angela Merkel, o primeiro-ministro holandês Mark Rutte, o francês Emmanuel Macron; o primeiro-ministro sueco Stefan Löfven e o primeiro-ministro escocês Nicola Sturgeon.

o primeiro-ministro luxemburguês Xavier Bettel foi recebido oficialmente no Vaticano de mãos dadas com seu parceiro homossexual. Mais um acompanhamento coonestado pela “Amoris laetitia”!

O jornalista italiano cita a propósito o filósofo alemão Rüdiger Safranski: Para aqueles que não têm filhos, pensar em termos de gerações vindouras perde a relevância. Portanto, eles se comportam como se fossem os últimos e se consideram como se estivessem no fim da cadeia.

A Europa está cometendo suicídio ou no mínimo os líderes europeus decidiram se suicidar, ressaltou Douglas Murray no jornal “The Times”.

Os europeus hoje têm pouca vontade de ter filhos, de lutar por si ou até mesmo de defender seu ponto de vista em uma discussão.

Angela Merkel – prossegue Meotti – tomou a decisão fatal de abrir as portas da Alemanha para um milhão e meio de migrantes.

Chanceler alemã Angela Merdel tira selfie com imigrante. A entrada maciça de migrantes pode mudar a sociedade alemã para sempre
Chanceler alemã Angela Merdel tira selfie com imigrante.
A entrada maciça de migrantes pode mudar a Alemanha para sempre
Merkel, que não tem filhos, é tida de ‘Mãe Misericordiosa dos migrantes’, mas evidentemente pouco se importa com a perspectiva de o influxo maciço de migrantes mudar a sociedade alemã provavelmente para sempre.

Dennis Sewell escreveu recentemente no “Catholic Herald” que a inculpação da 'civilização ocidental' aumenta enormemente o pânico demográfico.

Isso já aconteceu em Gibraltar no remoto ano 714, quando os invasores islâmicos quase extinguiram a civilização cristã na Espanha e atingiram o coração da França, até serem barrados em Poitiers.

O resto da história implicou oito séculos de guerras de Reconquista para repor as coisas em seu lugar.

Mas visigodos, francos e espanhóis tinham filhos para restaurar a boa ordem. Quem restaurará a Europa se continuar assim?


Merkel reflete a sociedade germânica: segundo a União Europeia, 30% das alemãs não têm filhos, e entre as universitárias a percentagem vai a 40%.

A ministra da defesa alemã Ursula von der Leyen salientou que se a taxa de natalidade não voltar a crescer, o país terá que “apagar as luzes”.

Ou, por outra, as únicas luzes que ficarão acesas serão as dos lares e mesquitas islâmicas.

O Institut National d'Études Démographiques estima que um quarto das mulheres europeias nascidas nos anos 1970 poderá ficar sem filhos.

Macron rejeitou a afirmação de seu predecessor, o socialista François Hollande, que em meio às explosões dos caminhões-bombas chegou a blasfemar contra o ‘politicamente correto’, dizendo que “a França tem um problema com o Islã”.

As populações clamam para não desaparecer num naufrágio demográfico e religioso. Mas não têm vigor para refazer grandes famílias
As populações clamam para não desaparecer num naufrágio demográfico e religioso.
Mas não têm vigor para refazer grandes famílias
Macron é contra a suspensão da cidadania dos jihadistas, apesar de todas as evidências que clamam pelo contrário, escreveu o editor cultural do “Il Foglio”.

O presidente francês se sente autorizado a achar que o Estado Islâmico não é islâmico e decreta quem é o quê na religião de Maomé.

“O problema não é o Islã, mas certos comportamentos tachados de religiosos e depois impostos àqueles que praticam aquela religião”, pontificou o novo presidente.

Macron fala do colonialismo como “crime contra a humanidade”. Mas esse crime não existe quando o Islã coloniza qualquer país derramando rios de sangue.

O filósofo Mathieu Bock-Coté definiu Macron, de 39 anos, casado com sua ex-professora de 64, como símbolo da “feliz globalização, livre da memória da glória francesa perdida”. Ou símbolo do coveiro de um glorioso passado de dezessete séculos.

A “Manif Pour Tous”, movimento contra o “casamento” homossexual na França, viu em Macron o “candidato antifamília”.

Mas este escolheu para nome de seu partido o slogan “En Marche!” (Em Marcha!), visando encarnar as elites globalizadas e descristianizadas engajadas numa evolução que se autodestrói enquanto caminha.

Os líderes fundamentalistas islâmicos mandam usar os filhos como instrumento de invasão e ocupação dos países ex-cristãos
Os líderes fundamentalistas islâmicos mandam usar os filhos c
como instrumento de invasão e ocupação dos países ex-cristãos
Rumo a quê? – O líder turco Erdogan incentiva os muçulmanos a terem “cinco filhos”, e os imãs islâmicos exortam os fiéis a “terem filhos”.

Para quê?

Para ocupar o território dos infiéis cristãos envelhecidos e desfibrados. A História se repete: querem conquistar a Europa!

Os novos invasores criam o choque de civilizações no coração da Europa por meio de caminhão, bomba, punhal ou de qualquer outro argumento tirado do “Islã, religião de paz”.

Eles escarnecem os anfitriões ocidentais pelo fato de os verem suicidar-se, ficar voluntariamente sem população, sem valores, e abandonar sua própria cultura.

É claro que ao olharem para Merkel, Rutte, Macron e outros, esses islâmicos vão achar que a hora profetizada pelo Corão chegou.

“Nossos líderes europeus – conclui Meotti – estão caminhando como sonâmbulos para o desastre. Eles não se preocupam se no final de suas vidas a Europa ainda será a Europa”.

Joshua Mitchell pergunta-se num ensaio se vale a pena “construir um mundo”. E a resposta cínica aflora como um haraquiri final: “A longa cadeia de gerações já fez isso por nós. É hora de nos divertirmos”.


terça-feira, 4 de julho de 2017

Rússia à beira do “suicídio demográfico”

Bonecas num ex-jardim de infância em Pripyat, Chernobyl, ilustram o drama da queda da natalidade russa
Bonecas num ex-jardim de infância em Pripyat, abandonada nos dias da ex-URSS,
ilustram o drama da queda da natalidade na "nova-URSS"
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





As mais recentes estatísticas demográficas russas continuam apontando para um desastre sem precedentes.

Segundo a agência oficial Rosstat, entre janeiro e fim de maio de 2017 nasceram 70.000 crianças a menos que em idêntico período do ano passado.

Tal queda coloca a Rússia na via do suicídio demográfico, pois a diminuição da população atingiu o “ponto de não retorno”, escreveu a jornalista Jeanne Smits em seu site Reinformation.

Com efeito, a angustiante interrogação levantada pelo Moscow Times, jornal anglófono de oposição e uma das poucas vozes independentes que ressoam na “nova-Rússia”.

A catástrofe dizimou os recrutas do Exército que Putin quer para reconstituir a grandeza militar da falida URSS.

Por isso, o omniarca do Kremlin ordenou políticas favoráveis, meramente materialistas, à natalidade, mas fracassaram. Essencialmente religiosa, a moral familiar não se muda com leis.

E essa moral que havia desertado da velha URSS sem a graça de Deus não iria voltar na “URSS 2.0”.

Não se pode esperar graça, ensinamento ou exemplo algum do clero do Patriarcado de Moscou que se contenta em emitir ruidosas declarações para consumo externo, mas que dentro da Rússia ninguém lhe dá ouvido.

A jornalista Ilan Berman vasculhou o último relatório oficial e encontrou que a própria Rosstat alerta para o ritmo acelerado da “extinção” da população russa, embora o Kremlin afirme que o pior ficou para trás.

Faz bela figura quem disser que Putin está invertendo a tendência com uma política enérgica, mas os números mostram outra realidade com toda sua crueza.

De acordo com o relatório World Population Prospects – 2017 Revision da ONU, a Federação Russa conta com 143,99 milhões de almas, e ruma para 140,543 milhões em 2030; 132,731 em 2050 e 124,013 em 2100.

Putin visita maternidade em ato de propaganda. Prometeu “salvar 50 milhões de vidas”, mas é inviável na atual imoralidade social
Putin visita maternidade em ato de propaganda.
Prometeu “salvar 50 milhões de vidas”, mas é inviável na atual imoralidade social
Putin prometera as medidas necessárias para “salvar 50 milhões de vidas” e fazer subir o total a 154 milhões.

Ao que se referia o presidente com a expressão “salvar vidas”? – Só pode ser o que todo mundo sabe: na Rússia o aborto bate recordes abissais. Mas nada detém a queda.

O único fator que impediu que o descalabro fosse mais catastrófico foi o retorno de russos repatriados de antigas repúblicas soviéticas hoje independentes, como a Ucrânia.

Os índices de mortalidade são também assustadores, notadamente pelo abuso de álcool e drogas. Mas também ao arcaico, insalubre e corrupto sistema de saúde.

Paradoxalmente, a máquina de propaganda de Putin não deixa de apresentá-lo como o Carlos Magno, o Constantino que restaura de modo impressionante o cristianismo e os bons costumes.

A perspectiva da Rosstat aponta para uma perda líquida de 300.000 almas em 2017 porque os nascimentos não preencherão o vácuo aberto pelos decessos.

O Moscow Times constatou que não fez efeito a “bolsa maternidade” de 11.000 dólares oferecida por Putin às mães de mais de dois filhos.

A quantia não é nada pequena. Não falta a matéria, falta a moral que só a religião pode dar. Mas a promessa putinista remonta a 2006. Hoje, observa Berman, o desabamento da economia russa fez o dono do Kremlin “otimizar” outros serviços que não são os sociais e os de saúde.

O que há de “mais ótimo” que os filhos? Não faça essa pergunta em Moscou!

Em primeiro lugar a “otimização” ficou por conta do Exército e da expansão russa no exterior. Não menos importante é a “otimização” da máquina de repressão dos descontentes.

Depois veio o relançamento da economia. Mas isso vem se tornando inviável, pois a economia se encontra ainda num estágio soviético ou em mãos dos “oligarcas” da nomenklatura estreitamente ligada a Putin.

As FFAA e o esquema de repressão consomem 34% do orçamento russo
As FFAA e o esquema de repressão consomem 34% do orçamento russo
Essa tem entre outras funções a de impedir que se levantem cabeças quem não são do "sistema".

A verdade pouco importa na “URSS 2.0”. E um exército de trolls faz desencadear uma chuva de fake news através de Sputnik, Russia Today e redes sociais anunciando que o triunfo mundial do cristianismo depende do Patriarcado de Moscou, fiel executor dos diktats do Kremlin.

Simultaneamente repassam palavras de ordem contra o complô globalista dos capitalistas ocidentais partidários da propriedade privada, preocupados tão só em tomar conta de tudo no mundo e extinguir a população russa!

O orçamento militar russo foi multiplicado por 20 em 15 anos desde a ascensão de Putin, segundo a Bloomberg. As áreas de Defesa e de repressão interna representam 34% do orçamento federal russo contra 11% consagrado à saúde.

O mais incrível de tudo, conclui a jornalista Jeanne Smits, é que a imagem da Rússia de Putin é promovida em países europeus onde, por causa de uma mesma Revolução, a situação demográfica é igual ou pior que na Rússia.

A verdadeira e arrepiadora porfia é quem se esvazia primeiro. Putin tem de seu lado que na Rússia, as ONGs verdes não podem pregar livremente a drástica redução da humanidade. Tampouco os documentos ‘Laudato Si’ e ‘Amoris laetitia’ podem ser lidos pelo povo russo.

A solução do problema se encontra na restauração do pilar básico da Civilização Cristã que é a família católica. E isso não se faz sem a Igreja Católica medianeira única e universal da graça divina.

Embora possam brigar entre si, Putin, globalistas, ONGs, verdes, progressistas católicos, ‘Laudato Si’ e ‘Amoris laetitia’ fazem um bloco só para impedir um “retrocesso” ao doce jugo moral de Cristo.

O exemplo maravilhoso da Sagrada Família, com Jesus, Maria e José irradiando sua luz sobrenatural sobre todos os homens e épocas históricas, causa horror a essa colusão de interesses opostos.

Mas, no final, Nossa Senhora triunfará até na própria Rússia!