terça-feira, 24 de abril de 2018

Em mais de 200 cidades,
argentinos dizem NÃO ao aborto

Marcha pela vida e contra o aborto, Buenos Aires.
Marcha pela vida e contra o aborto, Buenos Aires.
Luis Dufaur
Escritor, jornalista,
conferencista de
política internacional,
sócio do IPCO,
webmaster de
diversos blogs





Perto de dois milhões de argentinos em pelo menos 204 cidades das 24 províncias (estados) manifestaram contra os projetos de despenalização do aborto, durante o mês de março.

Em Buenos Aires, o amplo espaço reservado para a manifestação nos parques de Palermo e avenidas que o atravessam foi desbordado pela multidão especialmente na famosa e imensa Avenida del Libertador, informou “La Nación”.

As mobilizações nas capitais das províncias tiveram uma adesão popular até maior proporcionalmente.

Em Córdoba, por exemplo, compareceram mais de 60.000 pessoas e em Santa Fé, por volta de 40.000, segundo o “Clarin”.

O site Infobae fez uma extensa lista dos locais de onde se reuniram os manifestantes que inclui as maiores cidades desde o extremo norte do país nas fronteiras do Brasil, Paraguai e Bolívia até Ushuaia na Terra do Fogo.

As marchas foram convocadas por diversos grupos religiosos, médicos e organizações pela vida.



40.000 pessoas na cidade de Santa Fé.
40.000 pessoas na cidade de Santa Fé.
O público foi composto maioritariamente por famílias católicas levava cartazes caseiros mas expressivos como “Aborto legal ou ilegal é assassinato”.

O ato patenteou também o descompasso entre a elite político-midiática do país – todos os partidos incluídos – e a enorme maioria da população.

Políticos e figuras “famosas” da mídia ainda quando se dizem favoráveis à vida, à família ou à conservação dos costumes nacionais e cristãos, sorrateiramente agem contra eles.

Esse descompasso crescente já se tinha feito sentir na marcha pelo Dia Internacional da Mulher montada por organizações de esquerda e financiada por órgãos da ONU e ONGs internacionais.

Contrariamente à tendência esquerdista em matérias de aborto e agenda LGBT imposta pelos líderes, milhares de manifestantes compareceram exibindo cartazes em favor da vida.

Fato análogo se verificou nestas centenas de manifestações por todo o país. O público participante massivamente apoia as linhas gerais do governo do presidente Mauricio Macri.

Porém, foi esse presidente que, se dizendo pela vida, impulsionou o atual debate no Congresso pela despenalização do aborto.

Sacerdotes presentes que não quiseram que seu nome fosse publicado declararam que os bispos representados pela Conferencia Episcopal deram voz de ordem ao clero para não comparecer e, sobre tudo para não tomar a palavra e não dar a bênção.

Fato análogo se verificou na Itália por ocasião das manifestações contra o “casamento” homossexual, deixando extremamente perplexas às famílias católicas que, entretanto, compareceram massivamente aos atos.

Abertura da Marcha pela vida em Buenos Aires.
Abertura da Marcha pela vida em Buenos Aires.
Em abril começou o debate parlamentar do aborto na Argentina.

Esse segue a cartilha já aplicada em outros países: um grupo de deputados esquerdista e pro-agenda LGBT apresenta demagógicas propostas, apoiados na rua por ativistas extremistas. Esses deputados e militantes de rua são amplificados pela mídia.

As famílias e as mulheres atingidas não são ouvidas, e quando recebem algum espaço é para apresenta-las de um modo desmoralizante.

O debate está em seus inícios e se se julgar pela propensão da maior parte dos argentinos, os projetos da cultura da morte não deveriam passar.

Mas é muito de se temer que a já manifestada abstenção do episcopado argentino acorde com orientações vindas de declarações do Papa Francisco, a resistência ao aborto pode ser desanimada ou desvirtuada, e algum projeto contra a vida poderá passar nessas condições.


Vídeo: Em mais de 200 cidades, argentinos dizem NÃO ao aborto





Em Córdoba




Em Santa Fé




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